quarta-feira, 30 de setembro de 2009
POTT e o problema dos canivetes suiços...
terça-feira, 29 de setembro de 2009
POTT e as desconfianças de Cavaco.....
domingo, 27 de setembro de 2009
...o Sonho de POTT...
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
POTT e a super classe média pirosa...
Para encarar o trânsito, cada cidadão da Classe deve estar equipado com o seu carro. Se uma moradia médio-classista possui, por exemplo, 4 habitantes em idade para serem condutores, o ideal é que ali haja 4 carros. O carro é uma importante propriedade desses cidadãos, e o seu interior é o seu mundo particular, uma extensão da sua casa sobre rodas. Por isso, o carro para este público precisa ser equipado com "jantes especiais", equipamento de som potente, ar-condicionado e lugar para no mínimo cinco passageiros (para levar objetos e peças de vestuário, uma vez que raramente o carro do médio-classista transita com mais de uma pessoa além do condutor). Tudo isso garante que o realmente importante (o mundo particular do condutor) esteja muito agradável, a fim de evitar o contacto com o mundo exterior, totalmente desprezível. Para este, há um mecanismo de comunicação denominado buzina.
Os aprendizes de médio-classistas, precisam de aprender que, para ser da Classe, é necessário revoltar-se com as actuais condições do trânsito. Assim, no seu papel de cidadão politizado e pagador de impostos, deve exigir das autoridades que abram espaço na cidade para mais carros. Que desapropriem,deitem a cidade abaixo, mas garantam a duplicação das vias até resolver o problema (o que provavelmente será quando a cidade for um grande plano de asfalto). Fiquem revoltados também pelo facto do Governo se preocupar mais em, violentamente, coibir o vosso direito sagrado de ingerir álcool quando conduzem, do que abrir mais acessos para os vossos carros poderem transitar mais rápidamente.
Também é preciso aprender a ter modos neste ambiente. Se você se quiser parecer realmente com alguém da Classe, ande sempre na frente dos outros. Se alguém fizer sinal de que quer mudar de faixa e ficar à sua frente, mesmo que você esteja ainda longe, acelere loucamente para passar à frente antes que ele realize a manobra. Logo, sabendo que todos agirão assim, dispense o uso dos piscas (pode até pedir ao mecânico para desactivar os seus). Você não tem que dar satisfações sobre para que lado vai virar ou se quer ou não mudar de faixa.
Portanto, aspirante, o primeiríssimo passo para entrar na Classe é abandonar o transporte colectivo, o metro e até mesmo a bicicleta (esta somente pode ser usada para lazer, e mesmo assim, deve ser transportada de carro até o local do uso). No transporte colectivo você está num espaço público, sujeito a ficar perto de pobres e nada ali é "só seu". É muito melhor que transite dentro da sua máquina de vidro e metal, "privatizando" (aprenda a usar esta palavra) cerca de 10m² do espaço público, com uma viatura com mais de 1000kg que queimará gasolina para transportar uma pessoa de 70kg, a fim de garantir o seu merecido bem-estar até ao seu destino. Vocês tem direito, vocês são da Super Classe Média Pirosa.
--------------------------------
Vejam este exemplo o espaço ocupado por 54 pessoas, sendo 1) cada uma no seu carro; 2) todas num autocarro; 3) cada uma numa bicicleta.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
POTT em busca do passado perdido...
Por razões que não são para aqui chamadas, vi-me obrigado a refletir sobre o passado. Não se trata do passado institucionalizado e congelado pelos historiadores num texto. Mas do passado-memória, aquele passado que pertence aos indivíduos, que é vivo na mesma proporção em que ele é sentido.
O problema é que esse passado vivo é passível de ser perdido e muitas vezes não nos damos conta disso. Acreditamos apenas no acúmulado do passado, das experiências, dos sentimentos. Concebemos que todo passado é possível de ser preservado. Basta contratar um historiador. Mas...o passado deixa de ser vivo, torna-se uma narrativa muitas vezes empolgante. Mas é uma forma material, dura. Às vezes é perfeita em descrição. Mas falta-lhe a essência que lhe deu vida.
Mas, sem aceitarmos a narrativa do historiador e sem aceitarmos que o passado vivo seja congelado, temos que nos adaptar a idéia do passado perdido. Mas então, como perdemos o que faz parte de nós?
Há pelo menos duas formas...Uma delas é o passado perdido voluntariamente. A idéia de que a nossa vida,que é um amontoado de eventos incoerentes, ignora as nossas próprias tentativas de lhe dar coerência. E ignora principalmente as nossas tentativas de esconder partes de nosso passado que nos constrangem no presente. No final,as nossas tentativas de dar coerência são também históricas, mas nem por isso são inválidas. O que elas fazem é exatamente avaliar o passado com olhos do presente. E quando esse passado não nos interessa, suprimimo-lo, fazemos questão de "perder esse passado", de enterrar parte de nós. Os historiadores, que possuem um compromisso com a verdade, não se contentam com a supressão do passado vivo. Mas, no fundo sabem que essa é a prática padrão das trajetórias de vida...
Há ainda uma outra forma de perder o passado vivo, que é o passado perdido involuntariamente. Quando o passado vivo se cristaliza em pessoas, fotos, cartas...enfim, quando há uma concretitude no vivido. Nesse momento, o passado vivido concreto está susceptível à deterioração do tempo. As pessoas morrem, as fotos apagam-se, as cartas são devoradas pelas traças. A memória guarda tudo isso...mas a memória também falha, ela apaga-se. A memória perde-se e aquilo que lhe desperta, sem ter uma existência concreta, não consegue ser efectiva. Quantos sabores, cheiros e cores se tornaram apenas sombras na minha memória por nunca mais poder reproduzí-los na minha vida?
Perdemos partes de nosso passado cotidianamente porque lembrar de tudo é tão impossível quanto esquecer de tudo. Mas é quando temos consciência de que perdemos o passado - intencionalmente, ou não - é que as angústias se acumulam. Quando se percebe que a memória não pode ser mais resgatada, quando não há posteridade para salvar o passado. E no entanto, é nesse angustiante momento que se percebe a necessidade de buscar o passado, vivo, eternizado nas experiências. É somente quando ele é perdido é que pode se pensar em resgatá-lo.
sábado, 19 de setembro de 2009
..POTT eo ridiculo do amor...
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
...o coração de POTT...
sábado, 12 de setembro de 2009
..as nuvens de POTT....
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
...POTT e o carreiro.....
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
..POTT e as Mouras Encantadas....
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
..POTT e as revistas côr de rosa.....
sábado, 5 de setembro de 2009
..a relação de POTT com o acaso.....
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
...POTT...a Mulher e o Amor....
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
...POTT e os chatos...
Pra se distrair
E quando acaba a gente pensa
Que ele nunca existiu"