O CONDOR AMA VOAR
O CONDOR É LIVRE
O CONDOR ABRAÇA AS MONTANHAS
O CONDOR VÊ PRIMEIRO
O CONDOR É DISCRETO
O CONDOR PLANA SUAVEMENTE
O CONDOR É DEFENSIVO
O CONDOR É AMIGO
O CONDOR ABRAÇA
O CONDOR MOSTRA AS GARRAS
O CONDOR TRAÇA A SUA ROTA
O CONDOR NÃO GOSTA DE INTRUSOS
O CONDOR É SINCERO
O CONDOR AMA A NATUREZA ...
E como o CONDOR É O QUE É ... ou o aceitam tal como ele é, ou não vale a pena caminhar até à sua morada. E mesmo assim se insistirem... e não respeitarem o CONDOR ...
O CONDOR disse-me :
- Sabes uma coisa? Ninguém... mas ninguém mais ... OUSE DESAFIAR O CONDOR. Quem o fizer será "ENGOLIDO" pelas montanhas ...
Certa vez; o Condor cansado da solidão das alturas dos Andes, desceu para um vôo mais próximo a outros pássaros. Trazia dentro de si, muito desânimo e muita descrença. Quando olhando
para uma montanha, que para ele, não era tão alta; observou que havia uma Águia bem vistosa, que lhe chamava a atenção, pela astúcia e seriedade que transmitia. E com tantos outros
pássaros de que se poderia ter se aproximado, escolheu-a para conversar. A Águia mostrou-se bem receptiva ao Condor. Conversaram por vários dias seguidos e em espaços pequenos. E o
Condor apesar de muito desconfiado, começou a simpatizar com a esperteza e sonhos de vitória da Águia. E por várias vezes, a Águia chamava a atenção do Condor, pelo comportamento
depressivo, que ele demonstrava ter, nos seus momentos de volta ao passado. Fazia com isso, que o Condor visse, que a vida continuava e ele precisaria voltar para suas alturas. O Condor,
sem muito esforço; foi-se levantado e olhando para frente; com perspectivas de ter ao seu lado, aquela amiga que lhe transmitia ensinamentos de força e astúcia. E dentro do coração do
Condor, algo muito grande foi crescendo. E a Águia com toda sua lucidez; foi incapaz de contrariar tal sentimento.
O tempo passou e o outono chegou. A comida já escasseava na região. Então o Condor, propôs à sua amiga, que fossem para outro local, onde pudessem encontrar mais alimento e mais
condições de vida. A Águia neste momento, mostrou-se desconfiada da necessidade do Condor em tê-la junto, para tal tarefa. E não conseguindo ver sentimento de " carinho " e " amor "
no convite do Condor; f icou meio receosa ao aceitar o proposto . Mas como não havia outra solução de imediato, balançou a cabeça e abriu as asas para o vôo. Já exaustos de horas e
horas de vôo, sobrevoaram um deserto; onde o sol escaldava a areia com seu calor devastador. O Condor observava que a sua amiga estava exausta e propôs-lhe:
- Vamos descer um pouco? Afinal voamos faz dias; e tu deves estar como eu, muito cansada. De certeza encontraremos água e comida lá em baixo!
A Águia olhou com seus olhos astutos para baixo e talvez sem pensar na preocupação do Condor para com ela, respondeu-lhe:
_ Como tens coragem de acreditar que neste deserto conseguiremos encontrar água e comida? Será que não percebes que se descermos, morreremos escaldados pelo sol e serviremos
de alimento para outro animal qualquer? O Condor neste momento, sentiu a racionalidade da Águia e a sua falta de vontade em querer acreditar, que alguma coisa de bom, pudesse
acontecer na tentativa. Era como se a Águia houvesse assumido uma outra personalidade diferente da demonstrada a um bom tempo atrás.
O Condor calou -se, mas os seus pensamentos debulhavam as palavras e atitudes demonstradas pela Águia. Seguiram por mais alguns dias calados e sufocados pela fome, cansaço e dúvidas
entre si. E todas as vezes que o Condor tentava voltar à questão, querendo entender o que se passava; a Águia sempre muito racional e até fria; achava-a incompreensível e cobradora de
algo, que com certeza, o Condor não tivesse direito.
Ao passarem bem próximo a uma linda queda de agua, o Condor entusiasmado disse:
_ Olha só, quanta água! Deve ter peixes grandes ali e tu com a tua rapidez, poderias caçar por nós. As tuas garras apanhariam os peixes e comeríamos para matar a fome.
A Águia olhou para baixo e respondeu-lhe:
_ Como queres que eu chegue próximo aos peixes se o caudal da água deste rio é imenso! Poderia sufocar-me com a pressão da água sobre mim! E se tentasse apanhá-los próximos às
pedras; poderia um jato forte de água , derrubar-me para dentro do rio e eu morreria. Será que tu não consegues ver o que estás a pedir? O perigo que corro? As dificuldades que teria que
enfrentar para vencer isto? Será que não vês que estaria a arriscar tudo o que tenho, por uma tentativa que poderia não dar em nada? Não consegues entender,que nada valeria este risco?
O Condor, neste momento; sentiu que não estava mais afalar com a Águia que conhecera. E neste momento, mais do que nos outros; sentiu-se só novamente. Mas já não mais queria
sufocar o que pensava, porque havia agora uma necessidade pessoal de falar. E quando tentou mostrar à Águia o que sentia com relação ao que estavam a passar; a Águia mais que
rapidamente e extremamente racional; mostrou-lhe, que suas prioridades eram outras. E que o Condor, era apenas uma boa companhia enquanto se silenciava ou escutava o que ela dizia.
O Condor sentiu-se novamente só... bem só... Mas uma solidão um tanto quanto pior, porque ela vinha acompanhada de sentimento. E ainda tentou, mesmo de maneira errada, mostrar para
a amiga, que ainda poderiam voar juntos.
Mas foram tantas as tentativas frustradas, que o Condor um dia; como a Águia, usou de racionalidade e se afastou, mas com esperanças de que a sua companheira ainda o voltasse a
procurar. E no meio a uma grande discórdia, levantou seu vôo sem dizer adeus; pois dentro de si, ainda queria a Águia próxima a ele. Ainda sonhava com o vôo bem suave e caloroso que
poderiam realizar juntos.
Quando já estava a uma boa distância, teve a necessidade de olhar para trás. Mas o vento soprava forte. A distância entre ambos já era muito grande, que os olhos do Condor, não mais
puderam ver os olhos da Águia.
Talvez ambos se tenham arrependido, de não terem tentado voltar atrás e recomeçar seu vôo juntos, mas silenciaram-se. O Condor ainda esperaria; mas conhecendo a amiga, sabia que
ela nunca o procuraria; porque sua a racionalidade era bem mais forte que o seu sentimento. E os sentimentos de ambos, eram medidos pela Águia (sempre racional ), com uma desvantagem
para o Condor: " talvez ele amasse mais,não sei.... "!
E foram-se... Para onde? Não se sabe; mas ainda se ouve o bater das asas solitárias do Condor nos altos das Cordilheiras e o grito da Águia nas montanhas; à procura do que ela com
certeza; não deu conta de que era "sentimento".
Querido POTT " todo o desejo incómodo e inquieto se dissolve...no amor da verdadeira filosofia" mas quem Ama permanece voando sobre
ResponderEliminar"a cordilheira" interior...vislumbrando o trilho sonoro...a arte de pensar em total liberdade de espírito!
Quem sabe...se em doce-segredo, outro alguém se prepara para voar no sentimento...
ABRAÇO para POTT
Surpreedente............................................................................................"B"
ResponderEliminarOlá Condor Amigo
ResponderEliminarGostei da história cheia de ternura e talvez com laivos de um amor não correspondido. Mas o condor não Se deixa abater, é muito mais forte DO que a águia calculista… Ele voa até às estrelas. É um caminheiro dos espaços de muitas e muitas jornadas. Algumas, talvez nem sempre bem sucedidas. Por vezes, o condor sente cansaços, desânimos, amargura, mas nunca tem medo de se lançar ainda mais alto. Não se compara com as pequenas aves que, julgando-se campeãs, não passam de umas avezitas tontas. Ele abre as asas na imensidão do céu e não se desviará do seu rumo. Já esqueceu as cinzas do seu desencanto e cantará uma nova melodia cheia de sentido. Pelas altas montanhas, onde o condor passa deixa um rasto da sua vontade, fugindo com lucidez a um combate desigual, sem interesse, e ergue o olhar até ao sol pensando que, tal como o astro-rei, ele se levantará todos os dias num hino que não é só de esperança, mas é também a certeza daquele calor que deve morar até no coração de um condor!
Abraços
Graça
...mas o Condor não tem frio no coração,nem sequer um amor não correspondido...
ResponderEliminar...é,será(?),apenas,mais sensivel de que a Aguia...
Pott.
ResponderEliminarDesculpa a ausência.
A minha vida tem sido um corropio.
Até de ler deixei.
Amei o que li sobre o Condor..
Ó majestoso Condor dos Andes,
leva-me ao meu lar, nos Andes,
Ó Condor.
Quero voltar à minha terra querida e viver
com meus irmãos Incas, que é o que mais anseio
Ó Condor.
Em Cusco, na praça principal,
espera-me, para passearmos em
Máchu Pícchu e Huayna Pícchu.
Tradução da canção "El Condor Pasa"
Paul Simon & Art Garfunkel
Ola Pott
ResponderEliminarAcabo de descobrir como te descobri.
Foi por este texto do Condor.
A memoria é falha, mas a vida me trouxe a oportunidade de te dar uma resposta mais precisa.
Um grande abraço.
alzira