quarta-feira, 25 de março de 2009

O Jogo


O Jogo nada mais é que a vida condensada;a vida não é mais que um quarto de hora na roleta;os que têm sorte são os que vencem;e para vencer basta que o individuo da tua direita te distraia,que a senhora da tua esquerda te impeça de jogar no número que querias;basta que a tua cadeira esteja perto dos números baixos quando saem os números baixos,que surpreendas no ar um som de voz,um número sugerido por uma voz anónima,e que jogues nele.
O Jogo não é a alegria de vencer e sim uma sensação de viver intensamente.
É a loucura de confiar o próprio destino a certos números que são como o bagaço,os detritos da matemática.
Deixar o trabalho pelas extravagâncias do jogo é como abandonar a ciência para tentar o empirismo.
Há jogadores que registam com diligência burocrática todos os números saídos,porque as séries se repetem.Aqueles que acreditam nessas repetições da sorte,são como os que pretendem empregar com as amantes futuras o fruto da sua experiencia com as amante passadas.

2 comentários:

  1. Mas afinal quem és tu homem indefinido,mordaz e doce, em simultâneo? ???

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  2. Quem procura sensações...colherá apenas ilusões

    Quem assim observa e define a vida, pode ter jogado inadvertidamente para não voltar a repetir-se sem empirismos nem amantes

    Filosofia de Pott

    Deixo aqui ABRAÇO

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